quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Inácio - Um mártir

Na residência de Policarpo, Inácio escreveu algumas cartas maravilhosas e sublimes, solicitando aos cristãos de diferentes igrejas, especialmente de Roma, que não lhe impedisse o martírio. Não que os cristãos fossem acostumados a resgatar seus mártires das mãos dos tiranos por meio da força física, mas Inácio bem sabia que eles possuíam armas mais poderosas que aquelas ostentadas pelos exércitos nas batalhas;era a invisível, irresistível, e poderosa arma da oração.Por ela, a ira dos tiranos era desviada, e a morte, frustrada. E Inácio suplicou lhes, com todo o fervor de seu coração, que o deixassem receber sua coroa, e partir agora, em sua idade avançada, de uma enfadonha vida de inquéritos judiciais para a bem - aventurança inefável do reino celestial.Os cristãos consentiram, e o mártir ganhou sua coroa.

  "Obtive do Deus Todo-poderoso", escreveu ele em sua carta aos romanos, "o que há longo tempo venho desejando:ir ver-nos, a vós, verdadeiros servos de Deus;e mais que isto, espero alcançar sua misericórdia. Vou a vós algemado pelo amor de Jesus Cristo, e algemado,espero chegar logo à vossa cidade para receber vosso abraço e despedidas para o fim. As coisas começaram de modo auspicioso, e eu oro sinceramente para que o Senhor remova todo impedimento ou atraso para o glorioso dia que Ele parece me haver destinado.Mas, oh!Um medo terrível arrefece-me a esperança, e vós, meus irmãos, sois a causa deste temor. Temo que a vossa caridade se interponha entre mim e a minha coroa. Se vós desejásseis impedir-me de receber a coroa do martírio, ser-vos-ia fácil fazê-lo.Mas que tristeza e dor seria para mim essa bondade que me privaria da oportunidade de sacrificar a minha vida - oportunidade que talvez eu nunca mais tivesse. Permitindo que eu me vá sossegadamente ao meu fim , vós me salvar-me, estaríeis-vos pondo como os mais cruéis inimigos no próprio portal do céu, e arremessando-me de volta ao profundo e tempestuoso mar da vida, para ser novamente atirado de um lado para outro em seus vagalhões de aflição.
  Se me amais como verdadeira caridade, permitir-me-eis subir ao altar do sacrifício, e vós mesmos reunir-vos-eis à minha volta, entoando hinos de agradecimento ao Pai e a Jesus Cristo, por Ele haver trazido, do leste para o oeste, de Esmirna a Roma, o Bispo de Antioquia, para fazê-lo confessor de seu grande nome, e sua vitima e seu holocausto. Oh! Que feliz e abençoada a nossa sina, morrer para este mundo, e viver eternamente em Deus!'

Em outra carta de Inácio ele diz: " Deixai-me ser o alimento das feras, deixai-me ir, desse modo, à possessão de Deus, Sou o trigo de Jesus Cristo; por tanto devo ser quebrado e moído pelos dentes dos animais selvagens para que me torne seu pão imaculado e puro"

(Livro: O Mártir do Coliseu- A.J.O'Reilly)

Será que diante da mesma situação de Inácio, reagiríamos como ele reagiu?

Nenhum comentário:

Postar um comentário